Muitas mudanças vêm
ocorrendo ao mesmo tempo em várias partes do mundo, e isso traz diversas
consequências para nós. Como diz Ban Ki-Moon, Ex-Secretário Geral da ONU,
“nosso pé pisa fundo no acelerador e nós estamos indo na direção de um abismo”.
Diversos fatos comprovam que tudo que é essencial à vida está acabando ou se
tornando nocivo.
O clima
está ficando cada vez mais quente
O Clima no planeta, por
exemplo, está ficando cada vez mais quente. Acompanhando diversos noticiários
sobre o clima, se vê que isso é bem assustador. Temperaturas altas estão se
tornando cada mais comuns. Desde quando começaram as medições, em 1850
aos dias atuais, observa-se um aumento contínuo nas temperaturas médias globais. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, OMM, 14 dos 15 anos mais quentes foram registrados neste século. Só nessa década, o ano de 2014 havia sido considerado pela ONU o ano mais quente da história. Até 2020, considera-se os anos de 2019 e 2016, respectivamente, os mais quentes. E mais, segundo a Noaa, 2019 foi o 43o ano consecutivo em que as temperaturas ficaram acima da média. Também foi o ano em que os oceanos acumularam mais calor em toda a série histórica. Agora imagine: como estará o clima no planeta daqui alguns anos? Previsões são de aumento entre 3 a 5 graus nas médias globais até 2100.
aos dias atuais, observa-se um aumento contínuo nas temperaturas médias globais. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, OMM, 14 dos 15 anos mais quentes foram registrados neste século. Só nessa década, o ano de 2014 havia sido considerado pela ONU o ano mais quente da história. Até 2020, considera-se os anos de 2019 e 2016, respectivamente, os mais quentes. E mais, segundo a Noaa, 2019 foi o 43o ano consecutivo em que as temperaturas ficaram acima da média. Também foi o ano em que os oceanos acumularam mais calor em toda a série histórica. Agora imagine: como estará o clima no planeta daqui alguns anos? Previsões são de aumento entre 3 a 5 graus nas médias globais até 2100.
Em 2012s a NASA divulgou
um vídeo ilustrando o aumento global da temperatura 1880 até o ano 2011.
É possível observar nitidamente que a medidas que os anos passam, o planeta
fica mais quente.
Cadê as
florestas?
Algo também muito
preocupante é o que vem acontecendo com as florestas. A cobertura florestal
está desaparecendo em todos os continentes. De acordo com o Almanaque
Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA) a Europa (sem a Rússia)
possuía 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía
quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já teve quase um quarto de florestas
mundiais (23,6%), e agora possuí 5,5%. Apenas a América do Sul, que detinha
18,2%, graças aos remanescentes no Brasil, agora possuí 41,4%. No entanto,
ainda é preciso fortalecer a proteção das florestas. O desmatamento é
considerado um dos maiores problemas ambientais do Brasil. A Amazônia, nosso
maior bioma, levou milhões de anos para se formar, e, de acordo com Donato Nobre,
no relatório O Futuro Climático da Amazônia, em apenas 50 anos já foram
desmatados 720 mil km², ou seja, quase 20% da floresta já foram destruídas. O
cerrado, segundo maior bioma do país, possuí um terço da biodiversidade
mundial, e berço das águas do Brasil, já foi reduzido à metade. Segundo a SOS
Mata Atlântica, a Mata Atlântica, floresta mais rica em biodiversidade, possui
apenas 12,4% de sua cobertura original.
O fato é que nossas
florestas estão sendo convertidas em pastos, soja, madeira e carvão. Sofre
pressão de grandes obras civis, como portos, estradas, hidrelétricas, e de
empreendimentos de grande impacto ambiental, como mineração, siderurgia,
metalurgia, tornando-se um verdadeiro canteiro de obras. Posturas presidenciais
contrárias a preservação infelizmente acabam se materializando, e mudanças na
legislação enfraquecem a política, e contribuem ainda mais para o consumo de
florestas. Em 2020 o ritmo continua aceleradíssimo, já foi registrado vários
recordes de desmatamento da Amazônia. Só até abril a marca ja chega a de 1.703 km², uma área maior que a cidade de São Paulo (1.521 km²).
Cadê os
animais?
O que está acontecendo
com os animais na Terra? Em nosso planeta já ocorreram cinco grandes extinções
em massa, cientistas estimam que 99% de todas
as espécies que já habitaram a Terra foram extintas. Até então, essas extinções
ocorreram por processos naturais. O que sobrou de nossa biodiversidade continua
em processo de extinção, mas, hoje é causada principalmente pela ação do homem.
Para se ter uma ideia, em média, a cada hora, 3 espécies são extintas, um ritmo
mil vezes mais rápido que os processos naturais. O Relatório Planeta Vivo
2014, produzido pelo WWF-Brasil, mostra que de 1970 pra cá, o número de
mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes diminuir mais da metade (52%). Em
2014 saíram as listas brasileiras de espécies ameaçadas de extinção, divulgadas
pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostrando em primeiro momento, uma boa
notícia: 170 animais deixaram de ser ameaçados. Em contrapartida, se entre 2003
e 2004 havia 627 espécies ameaçadas, hoje constam 1.173. O número de animais
ameaçados de extinção quase dobrou! Muitos deles espécies recém descobertas - quanto
maior o número de espécies avaliadas maior o número de espécies inclusas da
lista de ameaçadas.
Cadê a
água, o saneamento e o tratamento de lixo?
A água ou a falta de
acesso a água potável é uma das maiores preocupações mundiais. Segunda a ONU
estima-se que um bilhão de pessoas carece de acesso a um abastecimento de água
suficiente, e 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a serviços de saneamento
básico, como banheiros ou latrinas. Isso é uma terrível violação aos
direitos humanos e a dignidade da pessoa humana. Sem contar que, ainda de
acordo com a ONU, todos os anos, morrem mais pessoas das consequências de água
contaminada do que de todas as formas de violência, incluindo a guerra. E
diariamente, uma média de cinco mil crianças morre de doenças evitáveis
relacionadas à água e saneamento.
O Brasil detém uma das
maiores reservas de água doce do mundo, concentrando cerca de 20% de todo
recurso hídrico disponível. Segundo o IBGE, 82,85% dos brasileiros tenham
acesso a água potável. Em porcentagem parece ótimo, mas isso representa cerca 35
milhões de pessoas sem um dos direitos mais básicos – o de acesso água potável.
E menos da metade da população, cerca de 48,6%, é atendida por serviços de
tratamento de esgoto. Esse índice é vergonhoso para o país que possui uma das
maiores economias do mundo.
Segundo a ONU, a humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano! No Brasil essa pilha é gigantesca. Conforme dados da
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais -
ABRELPE, em 2018, só nas residenciais e vias públicas, foram gerados 79 milhões de toneladas de lixo por ano. 18% desse montante vão para os lixões e 24% em aterros controlados (ambas formas
inadequadas). E 20 mil toneladas de lixo por dia sequer são coletadas,
jogadas em
terrenos baldios ou descartadas clandestinamente. Apenas 3% do total é reciclado. Ainda segundo
ABRELPE, 750
pessoas morreram devido à gestão precária de resíduos sólidos em lixões
só no
primeiro semestre de 2016.
Ar:
Respirar mata!
O ar é um elemento
essencial a vida. Não podemos ficar mais que alguns minutos sem respirar. No
entanto, estamos envenenando tanto a atmosfera que o simples ato de inspirar e
expirar pode ser fatal. A poluição do ar é hoje um dos maiores problemas
ambientais da humanidade. Para se ter uma ideia do quão grave é este problema,
segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de
pessoas morrem todo ano devido a doenças causadas pela poluição do ar. Outro
dado da OMS é ainda mais chocante: no mundo todo cerca de 12,6 milhões de
pessoas morrem, por ano, devido a condições ambientais insalubres, como
poluição do ar, da água e do solo.
Vale ainda dizer, que
atmosfera continua sendo entupida de poluentes. O dióxido de carbono (CO2), por
exemplo, é o poluente que, desde 1972, mais preocupa
a ONU, a comunidade científica e os chefes de governo. Embora diversas conferências
internacionais e acordo globais como Protocolo de Kyoto, na prática ainda são
poucos eficazes. Apenas assistiram o nível de emissões de CO2 bater recordes e
ultrapassar a incrível marca de 400 partes por milhão (ppm) na atmosfera. Para
compreender melhor, quando começou a ser registrado, em 1750, o CO2
correspondia a 280ppm, até 2005 o registro era de 379ppm, em 2014 alcançou
400ppm, que era o limite aceitável. E infelizmente deste patamar não sairá
mais. Mesmo em plena pandemia de 2020, dados do Administração Nacional Oceânica
e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), mostra que em abril, a concentração
média de CO2 chegou a 416,21 ppm.
Falta
recurso naturais: o planeta está em sobrecarga
Vimos até aqui diversas
consequências do processo de degradação da qualidade ambiental. Como se não
bastasse, estamos exaurindo os recursos naturais disponíveis. Desde 2000, todo
ano, a Global Footprint Network (GFN), organização internacional pela
sustentabilidade, parceira da Rede WWF faz um estudo monitorando a pegada
ecológica de todas as cidades do mundo. Esta avaliação consiste em calcular a
demanda humana por recursos naturais, com a capacidade que o planeta tem de se
regenerar, ou seja, de repor estes recursos. Esta ferramenta permite dizer se
estamos dentro ou fora de um consumo ideal de recursos naturais. O que o estudo
aponta é que estamos consumindo cada vez mais e os recursos se esgotando cada
vez mais cedo. Em 2000 e 2001 os recursos disponíveis se esgotaram no mês de
outubro, entre 2002 e 2009 em setembro, de 2010 a 2018 em agosto. Em 2019, em 29
de julho.
Em outras palavras, a
humanidade está utilizando a natureza de forma 1,7 vez mais rápida do que os
ecossistemas do nosso planeta podem se regenerar. Isso é como se usássemos 1,7
planeta Terra. Se considerarmos o consumo dos EUA, precisaríamos de 5 planetas,
da Austrália 4, Coreia do Sul 3,5, Rússia 3,3, Alemanha 3. Para sustentar o
estilo de vida dos brasileiros precisaríamos de 1,8. A questão é essa, só temos
um planeta.
Alimento,
fome e desperdício
Segundo a Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO) 30% de toda a comida produzida no mundo vai
parar no lixo. Anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de comida é desperdiçada ou
se perde ao longo das cadeias produtivas de alimentos. Em contrapartida 820 milhões
de pessoas passam fome no muno (ONU).
Uma das metas dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) é até 2030, reduzir pela metade o desperdício
de alimentos e acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas a
alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.
Injustiça:
quem luta pelo planeta está sendo assassinado
Dada a situação de nosso
planeta, ter pessoas lutando por esta causa é uma necessidade. O meio ambiente realmente
precisa de defensores, alguém para estar na linha de frente para dar um abasta
nisso. Mas se você é ambientalista corre séria ameaça de morte, principalmente
no Brasil. Quem não se lembra do caso de Chico Mendes, assassinado em 1988, e
de Dorothy Stang, morta com seis tiros a queima roupa, em 2005, entre outras
grandes lideranças. Assim como eles, centenas de pessoas perdem a vida todo por
defender algum tipo de causa ambiental. Segundo o levantamento da ONG britânica
Global Witness, entre 2002 e 2013, pelo menos 908 ativistas foram assassinadas
em 35 países, sendo o Brasil o país mais perigoso do mundo para
ativistas ambientais, ranqueando a lista com 448 ativistas foram
assassinados no país nesse período. Essa história se repete a cada ano. O país
ainda embaçava a lista de assassinatos até 2018, com 57 com 57. Em 2019, uma
queda, o país ficou em 4º com “apenas” 30 assassinatos.
Outro estudo, da ONG
Human Rights Watch aponta que nem 5% dos casos de assassinatos de ambientalistas
no Brasil foram julgados. Apenas 14 dos 300 casos acabaram indo para os
tribunais.
Conclusão
Este artigo apenas compila diversos dados concretos e estudos esparsos sobre meio ambiente. O intuito é
de alertar, evidenciar que o modo como a gente está vivendo no planeta é
totalmente insustentável. Precisamos urgentemente aceitar isso. A preocupação
ambiental precisa ser a atitude do século. As ameaças a nossa sobrevivência é real, e
precisa ficar claro que não são apenas para daqui cem anos, elas já estão acontecendo
em várias partes do mundo todo. Como visto, as temperaturas estão subindo em
nível recorde em todo o globo terrestre, florestas do mundo todo sendo
dizimadas, espécies entrando em extinção num ritmo mil vezes mais rápido que o
normal, bilhões de pessoas sem acesso a água e esgoto, milhões de
pessoas morrendo com a poluição do ar, da água e do solo, centenas com contatos direto com lixo, milhões com fome, enquanto 1/3 dos alimentos são desperdiçados, recursos
naturais se esgotando cada vez mais rápido, centenas de assassinatos de ambientalistas em todo o mundo. O planeta dá várias sinais de que está doente. Não por acaso
estamos rumo a sexta extinção em massa, a única que também inclui a raça
humana. Entramos num processo de auto extinção. Será este o futuro que
queremos?
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